terça-feira, 5 de abril de 2016

O PODER DA FORÇA DE VONTADE

Especialistas garantem que, tal como um músculo, essa característica deve ser exercitada diariamente

Débora Rubin



DISCIPLINA
Ilma se esforça para treinar três vezes por
semana, apesar de trabalhar em uma academia
Ilma Dias, 36 anos, é gerente de marketing em uma academia no Rio de Janeiro. E, acredite, até ela precisa ter muita força de vontade para malhar. Não porque não goste dos treinamentos ou os considere desnecessários. É que exercitar o corpo regularmente, comer de forma saudável, entregar trabalhos no prazo, manter a casa limpa e cumprir metas são atitudes que vão contra duas das maiores tentações do ser humano: o prazer e a preguiça. Para lutar contra essas tendências, é preciso fazer uma verdadeira ginástica mental. É o que prega o livro “Willpower: Rediscovering Our Greatest Strength” (Força de vontade: redescobrindo a nossa maior força, em tradução livre), lançado recentemente nos Estados Unidos e já um dos mais vendidos da lista do “The New York Times”. Segundo os autores da obra, o psicólogo da Universidade da Flórida Roy F. Baumeister e o jornalista John Tierney, o treino diário da nossa “maior força”, como chamam, é o melhor antídoto para a preguiça e a busca incessante de satisfação. E, quanto maior a força de vontade, maiores as chances de ter uma vida saudável. “É a chave do sucesso e da felicidade”, argumenta Baumeister. Parece exagero, mas não é. Nos estudos citados pelos autores, vários deles mostram que as pessoas com menos força de vontade são aquelas mais suscetíveis a problemas como alcoolismo, obesidade e vício em drogas.


Difícil, no entanto, é ter esse controle em uma sociedade cada vez mais hedonista. “A vida não permite satisfação o tempo todo, mas mesmo assim queremos nos manter nesse estado”, explica o psicanalista e professor Rubens Aguiar Maciel, especialista em saúde e bem-estar. “E toda hora vai ter alguém te empurrando para a festa, para o bar, para a sobremesa mais gordurosa, o que torna ainda mais complicado fazer esse exercício mental.” O psicanalista aconselha a trocar o conceito de felicidade, que remete aos prazeres momentâneos, pela ideia de bem-estar. O lado negativo da força de vontade acontece quando há um exagero e o bem-estar vira um tormento. Pessoas com pouca flexibilidade podem transformar autocontrole e disciplina em neurose e obsessão, como os que malham compulsivamente, os que cortam radicalmente doces e bebidas e os que só economizam dinheiro.  



(Fonte:  - http://www.istoe.com.br/reportagens/192265_O+PODER+DA+FORCA+DE+VONTADE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage)

COMO PROTEGER SEU CORAÇÃO, segundo Caldwell Esselstyn

“A revolução da saúde nunca vai acontecer por causa de um novo remédio, e sim pela educação nutricional”

Com essa frase o cirurgião americano Caldwell Esselstyn defende que só uma dieta à base de vegetais pode reverter doenças cardíacas.

Ele defende uma dieta mais restrita do que a vegana, já que exclui até o azeite, para a proteção do coração.

Estão proibidos bifes, peixes, arroz branco e açúcar e, quando se trata de farinha e grãos, só entram os integrais. A alimentação proposta é baseada em folhas, frutas, legumes e grãos integrais.

O seu método é o tema do documentário “Forks over Knives”, lançado nos EUA, que conta a história de pacientes que venceram problemas cardíacos e evitaram cirurgias ao adotar a dieta que vem sendo aperfeiçoada nos últimos 30 anos.

Segundo ele, fomos criados para comer vegetais, base da dieta. Ao comermos carne, óleo e laticínios certamente teremos infarte. A diferença entre quem tem infarte aos 40, aos 50, aos 60, aos 70 ou aos 80 seria a resistência que foi transmitida geneticamente.
Não adianta controlar os níveis de colesterol se continuarmos a comer frango frito. Ainda segundo o médico, o que funciona é o que entra pela nossa boca.

Machucamos um delicado revestimento das artérias, o endotélio a cada vez que ingerimos azeite, óleo, leite, manteiga, queijo, sorvete, iogurte e carne.

Mesmo o azeite de oliva, base da dieta mediterrânea, está fora da dieta preconizada.

Segundo o cirurgião, a fama da dieta mediterrânea não se deve ao azeite. diz ele que, há 60 anos, as pessoas eram magras, comiam muitos legumes e frutas e um pouco de azeite. A quantidade de vegetais compensava os danos do azeite. Estudos com ultrassom na artéria braquial (no braço), mostram os danos causados pelo aos vasos.

Os avanços da medicina podem de nada adiantar pois criam uma lista cara de remédios e de procedimentos perigosos, como a colocação de stents e pontes de safena. Com o tempo, é preciso colocar outro stent, fazer outra ponte, tomar mais remédios, e, no fim, a pessoa morre do coração assim mesmo.

Os médicos não confiam na capacidade das pessoas em mudar seu estilo de vida e não sabem como transmitir essa mensagem. É preciso ensinar ao paciente o que causou a doença e o que ele deve fazer para revertê-la. Como comprar e preparar alimentos, ler rótulos e lidar com restaurantes e viagens.

A revolução da saúde, segundo Caldwell, nunca vai acontecer por causa da descoberta de um remédio ou de um novo procedimento cirúrgico. A revolução só vai acontecer quando as pessoas estiverem informadas do ponto de vista nutricional, para evitar as comidas que vão fazê-las perecer por uma doença.

(Fonte: Folha de São Paulo)